Ex-presidente do Senado diz que grupo de Bolsonaro “não propõe nada de útil”

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que ocupou a presidência do Senado na segunda metade do governo de Jair Bolsonaro (PL), saiu no ataque ao grupo político do ex-presidente afirmando que “não propõe nada de relevante e útil”.
A crítica foi feita neste domingo (27) dias após participar de um evento em Minas Gerais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu aliado político e que já declarou publicamente de querer tê-lo como candidato ao governo estadual nas eleições de 2026.
“Convivo com este tom agressivo da extrema direita desde antes de ser presidente do Senado. Nunca abaixei a cabeça para esse grupo, que só faz gritar e agredir. Não propõe nada de relevante e útil”, disse Pacheco em entrevista à CNN Brasil.
No evento com Lula em Minas Gerais, Pacheco se colocou contra uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e teceu duras críticas aos aliados de Bolsonaro.
“Os mesmos que negam a democracia, hoje pretendem uma anistia geral e irrestrita, que deve enfrentar resistência de cada um de nós, homens públicos responsáveis”, afirmou no discurso.
O tema da anistia voltou aos holofotes após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmar, na semana passada, que poderia ser uma condicionante para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspender o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros que entra em vigor na próxima sexta-feira (1º).
Pacheco afirmou que a fala no evento em Minas Gerais foi uma “defesa da democracia” e que essa postura “deveria ser obrigação de todos, esquerda, centro e direita”.
Os ataques, no entanto, foram além e Pacheco afirmou ser “um tanto preocupado com o obscurantismo, o negacionismo, o radicalismo, o fundamentalismo”.
“Todos nós temos compromisso com a democracia do país, que foi sim vilipendiada e atacada nos anos de 2022 e início de 2023. Isso precisa ser dito porque todos nós precisamos resistir, presidente Lula, e enfrentar esse movimento que existe. Os mesmos que negaram a democracia, negaram a ciência na pandemia e negaram vacina ao povo brasileiro, e mais de 700 mil pessoas morreram”, afirmou.
O ex-presidente do Senado frequentemente é elogiado por Lula em eventos que participa em Minas Gerais – principalmente naqueles em que o governador Romeu Zema (Novo-MG) não comparece. Pacheco e Zema são adversários políticos no estado.
gazetadopovo